Ninfas do bosque, Naiades formosas,
Sátiros, Faunos, vinde vê-la agora,
Nua, no banho, esta ideal senhora,
Que em beleza e frescura excede as rosas.
Vinde todos depressa!... Ei-la que cora,
Ei-la que solta as tranças graciosas
Sobre as espáduas níveas, capitosas...
Ei-la que treme à loura luz da aurora...
Tinge-se o céu de cores purpurinas,
O sol desponta; as tímidas boninas
Mostram à luz os cálices dourados.
Vêde-as, Ninfas, agora: os nacarados
Lábios, os seios túmidos, nevados,
Segredam coisas ideais, divinas.
Adolfo Caminha